terça-feira, 9 de junho de 2015

Viagem a Foz do Iguaçu

No último natal minha empresa sorteou diversos brindes oferecidos pelos parceiros, e eu ganhei uma estadia de três diárias com café da manhã no Wish Resort Foz do Iguaçu, que é um hotel voltado para a prática de golf.

Decidimos que a melhor forma de usar esta cortesia seria comemorando nosso segundo aniversário de casamento, e assim foi feita nossa reserva para o último fim de semana de maio.

Os preparativos

Pesquisei os vôos com melhor preço e ao mesmo tempo melhor horário, e consegui fazer com que chegássemos a Foz praticamente no horário em que começava a diária de quinta feira, e saíríamos pouco antes do término da última diária. Compradas as passagens era a hora de pesquisar as atrações e dicas gastronômicas, escolher os passeios interessantes e aguardar a hora de viajar. Perguntei várias coisas aos amigos que já conheciam a região, e principalmente ao meu amigo Nelson Neto, dono do blog Cicloturismo Selvagem e morador de Foz por muitos anos.

A idéia seria intercalar andanças de ônibus ao estilo mochileiro com transportes feitos por empresas de turismo, uma das formas mais comuns de deslocamento nesta região. A alternativa seria pegar táxis e combinar horários de volta.

Ao contrário de outras viagens, desta vez eu não iria de mochila pois nosso deslocamento com o grosso das coisas seria apenas do aeroporto para o hotel e de volta. Comprei uma mala de lona tamanho médio, com boa abertura e as rodinhas e alça expansível de praxe. Para os passeios eu levaria a Jumbo.

Malas prontas.
A Viagem

Na véspera fomos dormir na casa da minha mãe em Botafogo, pois ficaria mais fácil sair cedo com destino ao aeroporto Santos Dumont. Radio Taxi marcado, banho tomado, tentamos dormir mas a mente estava viajando antes de nós. Nos últimos dois dias um forte nevoeiro pairava na cidade durante a noite e as primeiras horas da manhã, o que nos preocupava um pouco pois este aeroporto fecha por qualquer razão, ocasionando atrasos nos voos. Tínhamos uma escala em Congonhas com duas horas de espera, então o problema não seria tão crítico caso houvesse um pequeno atraso.

Acordamos com uma perfeita manhã de sol, sem nuvens nem nevoeiro. Após um café reforçado descemos e o taxi estava lá nos esperando. Já havia feito o check in durante a semana, então fomos direto para o despacho de bagagem. Ao chegarmos no guichê da Gol o atendente sugeriu que adiantássemos o vôo para garantir a saída antes do nevoeiro chegar, o que aceitamos na hora.

Após a decolagem perfeita, voamos até São Paulo sobre um tapete de nuvens de algodão. Em Congonhas chovia, e tivemos bastante tempo para lanchar e rodar por todo o aeroporto.

O sol nascia e nós taxiávamos pela pista do Santos Dumont.

Abaixo de nós apenas nuvens, era impossível saber onde estávamos.

Nossa conexão atrasou 20 minutos por conta do mau tempo em Belo Horizonte. Pelo comunicador o piloto avisava que Foz estava nublada e com temperatura de 15 graus. Ficamos frustrados pois esperávamos poder ver a região do ar, e quem sabe registrar as cataratas.

Um dos raros momentos onde se via o chão, ainda no estado de SP.

O Hotel

A chegada no aeroporto de Foz já é a primeira experiência exótica da viagem pois ele fica em uma região meio rural, com direito a plantações logo após a cerca, e todos descem do avião em plena pista e seguem a pé até o terminal. Ficamos imaginando que delícia(ironia ligada) seria fazer isto sob chuva.

Dentro do aeroporto tem uma agência de viagens, então antes de partirmos para o hotel decidi comparar os preços com os já pesquisados pela internet. Além de estarem mais caros tinham o problema de ter horários fixos, que não batiam muito com nossa programação, principalmente a ida a Ciudade Del Este ainda na tarde de quinta feira.

Pegamos um taxi até o Resort, que fica na mesma estrada do aeroporto, distante uns 5km. No caminho conversamos com o motorista e pegamos seu cartão, pois os preços passados por ele eram compatíveis com minha pesquisa prévia(120 reais Paraguai, 180 reais Argentina, 180 reais cataratas brasileiras, 300 reais cataratas argentinas).

Ao chegarmos descobrimos que qualquer plano de sair dali via ônibus seria inviável pois o caminho da estrada ao hotel é bem grande, devido aos 600.000 metros quadrados de campos de golf, e decidimos que a melhor maneira de ir ao Paraguai naquela tarde seria de taxi.

Parte do imenso campo de golf do resort.
A recepção era muito bonita, com direito a um belo Cadillac parado lá dentro em exibição permanente. Lá descobrimos que além do restaurante principal onde era servido o café o hotel contava ainda com sushi bar e uma forneria italiana, apenas para jantar. Perguntei sobre empresas que faziam transportes e pacotes e fui informado de que havia uma pequena agência dentro do hotel, que resolvemos consultar na manhã do dia seguinte. Fizemos check in e fomos levados ao nosso quarto.

Vista noturna da recepção e caminho que leva aos grupos de apartamentos.

O belo Cadillac exposto na recepção.

Segundo fui informado pertence ao diretor do resort.
A simpática Forneria.
O hotel foi construído de forma a ter vários conjuntos de apartamentos, todos eles agrupados como casas a distâncias variadas da recepção.

Conjuntos de apartamentos distribuídos ao longo do resort.
Entre todas elas haviam pequenas piscinas e Jacuzzis, além da piscina principal.

Piscina e Jacuzzi do nosso grupo de apartamentos.

A piscina principal, atrás da recepção.
Nosso quarto era bem grande, com direito a duas camas de casal e closet. A decoração era muito bonita, escolhida com bom gosto. O banheiro era equipado com um blindex com um belo piso antiderrapante e ducha bem quente.

Nosso lar por três dias. A porta espelhada separava o closet e o banheiro do quarto.

O closet com cabideiro, gavetas e cofre.

Blindex com um interessante piso e ducha que deixou saudades.
Paraguai

Deixamos as coisas, pegamos o que achamos necessário e liguei para o motorista para marcar um horário. Nosso primeiro problema foi que segundo ele as lojas começam a fechar às 16:00, e já eram 15:00(Não entendo o porque de fechar tão cedo em um lugar que recebe um enorme fluxo de pessoas todos os dias.) Com isso nosso plano de almoçar antes de sair foi por água abaixo, decidimos partir imediatamente e jantar depois, ou no hotel ou no centro de Foz.

No caminho ele foi nos falando sobre o que procurar, os melhores lugares etc, mais ou menos as mesmas informações que nos passaram pela internet, só que não estávamos atrás de perfumaria, eletrônicos ou roupas de marca, e sim de simples roupas de frio a preços acessíveis, pois via de regra em lugar que faz frio estas roupas não custam caro pois são necessidade e não luxo.

Chegamos lá e deixamos combinado com ele que assim que estivéssemos prontos para voltar ligaríamos. Paguei a metade do valor combinado e descemos do carro. Nossa impressão da cidade foi bem estranha, pois o contraste era muito grande entre os luminosos com propagandas de grandes marcas e as pessoas na rua, visivelmente pobres tentando vender meias. Aliás eles insistem MUITO para que você compre, chegando a seguir todos com cara de estrangeiros por dezenas de metros. E é fácil distinguir pois quase todos lá são morenos e com feições indígenas.

Cruzando a famosa Ponta da Amizade.
A rua principal é um tanto caótica, com muito barro vermelho nos acostamentos, fileiras intermináveis de ambulantes vendendo de roupas falsificadas de marca a comidas típicas(que nos aconselharam a evitar a todo custo). As quatro pistas com motoristas nervosos em cruzamentos não sinalizados me lembraram os videos do trânsito na Índia. Ficamos com a impressão de que a qualquer momento iríamos presenciar um acidente. Fiquei muito feliz por não ter ido de carro. Detalhe é que tem alguns corajosos que pegam moto taxi para atravessar a Ponte da Amizade e voltar ao Brasil.

A entrada de Ciudad del Este e seus contrastes. Galeria Monalisa ao fundo.
Entramos primeiramente na famosa galeria Monalisa, que é na verdade um shopping vertical onde são vendidas as grandes marcas de cosméticos e moda. Como não era nosso foco apenas demos uma rodada rápida para conhecer, mas já pudemos constatar que os preços não valiam a pena, pois não eram tão baixos quanto nos Estados Unidos ou Europa, e a alta cotação ainda piorava mais o valor em reais. Chegamos a ver perfumes mais caros do que em lojas no Rio e até no aeroporto de Congonhas.

Decidimos partir direto aos outros pontos antes que as lojas todas fechassem, mas não adiantou. Entramos na Casa China, outro shopping, e nas lojas que ainda estavam abertas vimos uma realidade bem parecida com a Monalisa em termos de preços, e vimos muitos brasileiros donos de lojas.

Outra conclusão a que chegamos é a de que o povo de lá se veste de maneira bem estranha para o nosso gosto. Estampas esquisitas e cores cafonas eram a regra, isto é, quando se conseguia achar uma loja que não vendesse apenas roupas de marca e camisas de time de futebol. Desistimos depois do terceiro shopping com os mesmos tipos de produtos e preços, e a única exceção foi uma loja de couro onde encontramos bonitas jaquetas com média de preços de 180 dólares.

Os paraguaios devem comprar roupas fora daquele circuito, em lugares alternativos que não conhecemos, pois não conseguimos encontrar simples agasalhos de lã e moletons. Em uma barraca de ambulante a Milla achou blusas com bom preço, mas não diferentes do Rio. Acabou comprando uma só. Talvez alguma das lojas que estavam fechadas tivesse algo diferente, mas nunca saberemos.

Já dávamos o passeio como perdido quando resolvemos ir até o Shopping Del Este, última parada antes de voltarmos ao hotel e jantarmos. As lojas nele ficam abertas até mais tarde e foi somente lá que fizemos compras em lojas, a Milla achou uma linha de shampoo australiana que estava valendo bastante a pena.

Fui sondar os preços em uma loja de pesca e camping e de novo o problema preço alto + câmbio desfavorável desanimava qualquer compra. Levando em conta que lá o pagamento era somente a visa e aqui pode-se parcelar no cartão de crédito, não valia a pena.

Eram 18:00h quando liguei para o taxista, e aí tivemos nosso segundo problema. Ele disse estar ocupado em outro serviço no aeroporto e que demoraria um pouco para nos buscar, cerca de uma hora. Este fato nos chateou um pouco, mas todos haviam recomendado cuidado com taxistas no Paraguai, pois muitos são piratas e assaltam os passageiros, e honestamente era bastante difícil distinguir quem era quem, devido ao estado de conservação um tanto precário dos taxis que vimos.

Um corajoso que voltou para o Brasil de moto taxi. À esquerda crianças vendendo meias.
Atravessar a pé a ponte e tentar achar outro taxi também não era uma opção interessante, e nenhum outro taxista brasileiro poderia vir nos buscar pois ele é quem tinha preenchido o papel de entrada com nossos nomes e recebido o carimbo para poder voltar. Tivemos que esperar, e não haviam mais lojas para ver nem o que fazer. Sentamos em um banco na porta do Shopping Del Este e esperamos...

Uma hora virou quase duas, a noite caiu e a esta altura meu humor tinha descido a níveis bem baixos e nossa fome era monstra, pois nossa última refeição tinha sido um Mac Donalds 10:30h em Congonhas. Um número sem fim de crianças insistia para que comprássemos as tais meias, e aquela cena de ambulantes e miséria foi me incomodando bastante. Acredito que minha fome ajudou bastante a causar uma má impressão de Ciudad del Este, e se alguém se incomodar com o texto, desculpe o excesso de sinceridade.

O taxista chegou sem graça pedindo desculpas, mas sabia que não adiantavam muito. Depois deste episódio estávamos decididos a procurar outro método para nossos passeios. Nossa disposição para comer pelo caminho já tinha ido embora e decidimos ir direto para o hotel e pedir algo no quarto.

Após cada um comer um hamburguer com fritas, tomamos um bom banho e deitamos, combinando de acordar sem pressa para poder descansar bem durante a noite. Tomaríamos café e só depois faríamos nossa programação do dia.

A continuação desta história fica para o próximo post.

Te vejo na trilha!

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